Ainda não se sabe ao certo, como os microplásticos afetam a saúde humana, mas testes laboratoriais demonstraram que eles podem causar danos e morte celular, desencadeando a transformação de células saudáveis em células cancerígenas e reações alérgicas.
Até 2050, a poluição plástica deverá quadruplicar, resultante no acúmulo de um material que demora entre 400 a 1000 anos para se decompor, resultando em mais plástico do que peixes no oceano. A cada ano, cerca de 100 mil animais marinhos e um milhão de aves aquáticas, morrem por confundir resíduos plásticos por alimento. Aproximadamente 2 a 5% do plástico produzido globalmente, acabam nos oceanos. Neles, o material vai se degradando e, por meio de processos químicos e biológicos, se decompõem em partículas menores, que dão origem aos micro e nanoplásticos.
Depois da descoberta dos microplásticos em placentas humanas em 2020, os mesmos investigadores italianos descobriram, pela primeira vez, microplásticos no leite materno em 75% das mães participantes no estudo em 2022. “A identificação dos microplásticos no leite materno se dá porque, uma das formas do organismo excretar, alguns dos compostos que absorve, é por meio do leite da lactante”, explica a Dra. Helena Cristina Silva de Assis, do departamento de Farmacologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Depois que o bebê passa a usar mamadeira, ainda existe o risco de ingestão de microplásticos. Em 2020, os bebês ingeriram em média 1,6 milhão de partículas de microplásticos por dia, segundo um estudo publicado na revista Nature Food. As garrafas plásticas de polipropileno, que representam 69% das mamadeiras mais vendidas nas lojas, liberam partículas quando aquecidas que são ingeridas pelas crianças.
Os plásticos também são encontrados no sangue humano. Em abril de 2022, cientistas holandeses encontraram partículas de plástico, em 17 das 22 amostras colhidas de doadores de sangue anônimos, todos adultos saudáveis. Metade das amostras continham o plástico PET, comumente usado em garrafas de refrigerantes e água mineral.
Vários estudos já demonstraram a presença de microplásticos na água potável, nos alimentos, nas fezes de crianças e adultos, no sal de cozinha e até nos caules das plantas. Em 2019, cientistas canadenses analisaram as quantidades de partículas microplásticas em peixes, mariscos, açúcares, sal, álcool, no ar, na água de torneira e engarra-fadas e concluíram que adultos e crianças podem estar ingerindo até 121 mil partículas ano.
Os microplásticos contaminam nosso corpo também quando inalados. Um estudo de 2020 do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), encontrou 9 tipos de microplásticos no tecido pulmonar de 13 dos 20 participantes. “Essas partículas absorvem poluentes atmosféricos, como os emitidos pelos escapamentos dos carros”, disse Luis Fernando Amato, pesquisador da USP. Nossa saúde é, em última análise, afetada pelo potencial de inalação. Testes laboratoriais mostraram que as micropartículas inaladas viajam rapidamente para o coração, cérebro e outros órgãos.
Quem inventou o plástico?
Antes mesmo de ser inventado, ele já existia na natureza. A palavra plástico, derivada do grego plastikos, e define qualquer material capaz de ser modelado com calor ou pressão para criar outros objetos. Assim, resinas de certas árvores, conhecidas desde a antiguidade, são consi-deradas plásticos naturais, bem como o marfim, moldado desde o século 17.
O plástico sintético surgiu com a contribuição de vários inventores, cada um deles obtendo um pequeno avanço. Em 1839, o americano Charles Goodyear, criou o processo de vulcanização da borracha, que transformava a borracha em um produto mais resistente às mudanças de temperatura.
Em seguida, foi a vez do químico belga Leo Baekeland, em 1907, dar início à revolução dos plásticos modernos ao criar o primeiro plástico totalmente sintético e em escala comercial, chamado de baquelite, duro, rígido e resistente ao calor após ser moldado. Começava a era dos plásticos modernos, feitos à base de petróleo, carvão e gás natural.
Desde então, centenas de plásticos, ou polímeros, foram criados pelas empresas petroquímicas, para as mais diferentes utilidades, como o poliéster (1932), o PVC (1933), o náilon (1938), o poliuretano (1939), o teflon (1941) e o silicone (1943), cada um tendo características peculiares e aplicáveis a diferentes situações.
Como prevenir a poluição por microplásticos?
O impacto dos microplásticos na saúde humana ainda não é bem conhecido, mas testes laboratoriais demonstraram que podem causar danos e morte celular, desencadeando reações alérgicas e, o processo pelo qual, células saudáveis se transformam em células cancerígenas. O contato deles com o corpo também pode estimular o desenvolvimento de doenças como diabetes, síndrome dos ovários policísticos, câncer, infertilidade, doenças cardíacas, miomas uterinos, aborto espontâneo, endometriose e déficit de atenção.
O Dr. Enio Luís Torricillas, pediatra do Hospital Santa Cruz de Curitiba, PR, diz que “os microplásticos podem causar uma resposta inflamatória ou imunológica no organismo, que pode levar a miocardites, hepatites, pancreatites, lesão nos testiculares e ovários, entre outros portadores”.
Proibido pela ANVISA, desde 2011, o bisfenol A, presente nos plásticos transparentes e rígidos, não podem ser usados em mamadeiras produzidas no Brasil ou importadas, mas foram substituídas pelo “bisfenol S”, que pode gerar os mesmos efeitos. Conforme estudos feitos em animais, o bisfenol pode causar distúrbios de comporta-mento e da memória, e aumentar os riscos de provocar a puberdade precoce.
O Dr. Enio destacou ainda, que ao aquecer e agitar a mamadeira, são liberados cerca de 4 milhões de partículas microplásticas por litro de líquido. “Ainda não existem normas para a ingestão de microplásticos em recém-nascidos, mas preparar leite em recipientes que não sejam de plástico e depois colocá-lo na mamadeira, pode ajudar os bebês e crianças a evitar, tanto quanto possível, o contato com estas substâncias nocivas.”
Se não podemos evitar completamente estes elementos, podemos reduzir, significativamente, sua absorção, através dos alimentos, como sugere Carolina Belomo, doutora em Saúde da Criança e do Adolescente, especialista em políticas públicas de estímulo ao aleitamento materno. Segundo ela, “o equilíbrio e a consciência alimentar é o caminho para evitar a contaminação por microplásticos, principalmente de alimentos com alto teor de agrotóxicos, alimentos ultraprocessados, cheios de sal, açúcar, gordura hidrogenada e de temperos industrializados”. Devemos dar preferência a “alimentos produzidos localmente, sazonais, frescos e orgânicos”. Belomo também indica seguir a dieta recomendada pelo Guia Alimentar para Brasileiros do Ministério da Saúde (download no link abaixo).
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf
No Brasil, aproximadamente 11 milhões de toneladas de plástico foram produzidas e descartadas somente em 2019, mas apenas 145 mil toneladas foram recicladas a cada ano. Esta é uma média de 1,3% em comparação com a média global de 9%.
Não somos os únicos afetados
Toda a cadeia alimentar, espécies vegetais e animais e o ecossistema, sofrem os efeitos da poluição dos microplásticos. Recentemente, foram descobertas rochas plásticas na Ilha da Trindade, localizada a 1167 Km do litoral de Vitória, ES. A Marinha do Brasil mantém um posto de pesquisa oceonográfica no local. O acesso a turistas é proibido e as visitas são permitidas apenas para os militares e pesqui-sadores. Este é o maior habitat de recife e um berçário para a repro-dução das tartarugas-verdes.
A Dra. Fernanda Avelar Santos, líder do Programa de Pós-Graduação em Geologia da UFPR e responsável pela descoberta, afirma que foram identificados quatro tipos de detritos plásticos misturados a outros materiais, como rocha e areia. “Isso mostra que a poluição dos oceanos é tão profunda que pode ser vista em sistemas geológicos. Nós, como espécie, estamos interferindo nos processos naturais da Terra. Em teoria, as rochas só poderiam se formar através de processos naturais, mas hoje, os humanos estão agindo como um agente geológico”, disse ela.
MICROPLÁSTICOS AUMENTAM O RISCO DE INFARTO EM 450%
A cada três respirações, um micro ou nanoplástico, vai parar nos seus pulmões. O alimento que você come, a água ou a cerveja que você bebe, e até o ar que você respira, pode estar cheio de micro e nanoplásticos. Esse é realmente o mal do século! Como o plástico está mexendo nos seus hormônios, afetando sua tireoide, seu sangue, seu cérebro, e te deixando vulnerável a diversas doenças.
Quais os riscos dos micro e nanoplásticos para a saúde:
1º risco – Provocam Câncer.
Inalar microplásticos pode causar câncer de pulmão, devido a inflama-ção pulmonar, além de dano ao DNA. Mas também provocam o câncer de mama, de próstata, intestino, fígado, pâncreas e útero. Isto se dá devido a inflamação, pelo estresse oxidativo, pela interferência hormonal, pelas centenas de materiais que pouca gente sabe que o plástico contém. Afinal ninguém esperava que a gente passasse a comer, beber e inalar plástico!
2º risco – Afetam o Cérebro.
Estudos comprovam que os microplásticos podem atravessar a bar-reira hematoencefálica e atingir o tecido cerebral. E o que isso pode nos afetar? Em humanos, não sabemos, mas em ratinhos temos alguma noção. Os animais que beberam água potável contaminada com microplásticos, começaram a ter esquecimento e alterações cognitivas semelhantes à demência, doença de Parkinson, doença de Huntington e esclerose múltipla. Experimentos com ratinhos demons-traram o acúmulo de microplásticos de polietileno (PE) no cérebro, induzindo traços comportamentais semelhantes ao autismo, em diferentes estágios da vida, especialmente se expostos intra-útero.
3º risco – Alteram a Imunidade.
Os microplásticos que respiramos, bebemos ou comemos, podem cair na corrente sanguínea e serem captados pelas células do corpo, preju-dicando o equilíbrio do sistema imunológico, gerando inflamações e prejudicando diversos tecidos e órgãos. As células de defesa do nosso corpo reagem aos microplásticos gerando radicais livres, que são moléculas que podem danificar as células do corpo. Eles causam danos oxidativos, inflamações e até ativam células de defesa de forma anormal. A superfície dos microplásticos acumula bactérias, fungos e metais pesados, aumentando os riscos para a saúde. E quando você come microplásticos pode alterar a sua flora intestinal, levando a inflamações crônicas. Por isso devemos consumir alimentos probió-ticos diariamente.
4º risco – Alteram a Função Reprodutiva.
Além de alterar os hormônios, a exposição aos microplásticos pode reduzir a qualidade do esperma, causar alterações morfológicas nos espermatozoides, e problemas de motilidade, uma vez que eles não conseguem se movimentar direito e, assim, não conseguem fecundar — mas também na mulher, os microplásticos levam a uma redução dos folículos, fibrose, declínio de hormônios, problemas no ciclo menstrual e outros efeitos negativos. Um estudo de 2023 identificou que todas as placentas analisadas, continham microplásticos. E nos mecônios dos bebês, que são as primeiras fezes do bebê, antes dele comer qualquer coisa, em todas as amostras de mecônios analisados, foram encontrados microplásticos.
5º risco – Alteram os Hormônios.
– Micro e nanoplásticos podem liberar substâncias químicas chamadas desreguladores endócrinos, que são substâncias químicas que interfe-rem nos hormônios do corpo. Essas substâncias imitam, bloqueiam ou alteram os sinais hormonais do nosso corpo.
– O BPA pode imitar o estrógeno, o hormônio feminino, e sua presença pode levar a diversos problemas de saúde, como SOP – Síndrome do Ovário Policístico, testosterona baixa em homens, alterações no siste-ma reprodutivo, impactos no desenvolvimento cerebral e aumento do risco de câncer de mama e próstata.
– “Mas a mamadeira do meu bebê é BPA free!” Pode até ser livre de BPA, mas também tem o Bisfenol S (BIS), Bisfenol F (BIF), e o Bisfenol Z (BIZ), todos sem pesquisas para ver o quanto fazem mal ou ainda mais mal.
– O bisfenol vaza do plástico quando aquecido, especialmente com gordura. Sabe aquela lasanha que você esquentou naquele recipiente e o plástico ficou todo alaranjado depois? Significa que vazou o BPA.
– E não é só bisfenol que fazem mal, também tem os Ftalatos, que dão flexibilidade ao plástico. Descobriram que a poeira doméstica contém concentrações significativas de ftalatos, e assim, os bebês tendem a apresentar níveis mais altos dessas substâncias ao gatinhar. Os ftalatos são tidos como cancerígenos, podendo causar danos ao fígado, rins e pulmão, além de alterar o sistema reprodutivo, reduzir testosterona e o estrógeno, aumentar a glicemia, a obesidade e a depressão.
6° risco – Aumentam o risco de Infarto e AVC.
– Estudo publicado na revista The New England Journal of Medicine, de Massachusetts, EUA, em março de 2024, mostrou que os micro e nanoplásticos podem estar aumentando o risco de infarto e derrame.
– Nunca foi visto tantos indivíduos que fizeram cateterismo e coloca-ram stents nas artérias, antes dos 40 anos de idade, uma coisa que era rara há 15 ou 20 anos atrás. Estresse, sedentarismo e alimentação errada? Tudo isso ajuda mas, esse novo estudo muda muita coisa.
Ele foi realizado com um grupo de mais de 300 pessoas, que se submeteram a uma cirurgia chamada endarterectomia da carótida. Onde o médico remove cirurgicamente a placa que estava obstruindo a passagem do sangue na artéria carótida. O cirurgião faz uma incisão no lado do pescoço, sobre a artéria afetada. A artéria é aberta e a placa removida. Depois, os pesquisadores examinaram as placas através de microscópio eletrônico. E o que eles constataram, foi que quase 60% dos pacientes tinham microplásticos na placa! Quer dizer que, além da gente ter que tratar do colesterol, pressão alta, diabetes, agora também tem os plásticos! A indústria farmacêutica agora vai ter de descobrir um medicamento solvente de plásticos.
7° risco – Afetam os Pulmões.
Junto com o ar que respiramos, minúsculos pedaços de plástico, invisíveis a olho nu, estão entrando pelas nossas vias aéreas. Pois essa é a realidade dos microplásticos. São fragmentos de plástico, menores que 5 milímetros, e os nanoplásticos são ainda menores, com tamanho inferior a 1 micrômetro e que estão em todos os lugares: no ar que respiramos, na água que bebemos e nos alimentos que comemos.
O vento piora a ação dos microplásticos na atmosfera
Um novo estudo demonstrou que o vento também pode transportar partículas indetectáveis de plástico a grandes distâncias e de uma forma muito mais rápida do que a água. Na atmosfera, as micro e nano partículas de plástico podem ser projetadas pelo movimento do ar, desde seu ponto de origem, até os cantos mais remotos do planeta em poucos dias.
Os oceanos são destino final de até 25 milhões de toneladas métricas de micro e nano plásticos por ano, que são transportados pela atmos-fera marinha e depositados nos mares. O poder de penetração dos micro e nano plásticos em regiões longínquas e isoladas do planeta afeta o clima da superfície e a saúde dos ecossistemas locais.
Recentemente foram encontrados nanopartículas de plástico na neve depositada próximo ao cume do Monte Everest a 8.800 metros acima do mar. Partículas mais escuras infiltradas na neve e no gelo reduzem o gelo-albedo, baixando a capacidade de reflexão de luz solar e promo-vendo o derretimento. Já na água do mar, esses fragmentos absorvem mais energia solar, aquecendo ainda mais os oceanos. As micropartí-culas de plástico na atmosfera intervêm em núcleos de condensação do vapor de água, interferindo na formação de nuvens e, a longo prazo, também no clima.
De onde vem os microplásticos?
Os microplásticos vem da degradação de objetos de plásticos maiores. Se você ainda não reparou, tudo ao nosso redor é praticamente feito de plástico. Somos criados com ele desde o nosso nascimento. Mas o que esses invasores invisíveis podem fazer aos nossos pulmões? Assim como o amianto, os microplásticos que não conseguem ser expelidos, podem causar inflamação crônica nos alvéolos, aumentando o risco de doenças como asma, DPOC (Doença pulmonar obstrutiva crônica), fibrose pulmonar e até câncer.
Os plásticos, no geral, não são biodegradáveis. Uma garrafa pet, por exemplo, pode demorar até 1000 anos para se decompor. Imagine se o seu corpo não consegue expelir esses microplásticos das vias aéreas, eles podem acabar se acumulando nos pulmões e ao longo do tempo, causar danos permanentes.
Imagine um filtro de ar que fica cada vez mais sujo e entupido, dificultando a respiração, assim estão ficando os nossos pulmões. E não é tão simples assim, porque ratos expostos à microplásticos, começam a gerar mais muco, mais células inflamatórias – mais TNF-α (Fator de necrose tumoral-alfa), que é um indicador de inflamação, ou seja, uma citocina pró-inflamatória produzida durante a fase aguda da infecção, desenvolvendo um importante papel na resposta imune contra vários patógenos.
Um estudo de 2021 feito no Brasil em necrópsia, dos 20 corpos examinados, 13 tinham microplásticos nos pulmões. E nos Estados unidos, de 13 pacientes que fizeram cirurgia pulmonar, em 11 foram encontrados microplásticos.
Os microplásticos estão no ar. Estão na roupa que você usa, na cerveja que você bebe. Se você for à beira mar e sentir aquele cheiro maravi-lhoso do mar. Em cada aspiração você estará inalando microplásticos. Porque a cada mês são jogadas toneladas de plásticos nos mares.
Ou se você mora perto de uma rodovia ou rua movimentada, já está provado que crianças que moram nessas regiões, tem mais crise de asma e menor função pulmonar, do que aquelas que moram longe desses locais. Além da poluição provocada pela fumaça, tem os microplásticos dos pneus dos automóveis, ônibus e caminhões.
Dicas para atenuar os efeitos da poluição plástica
1ª dica – Nunca esquente comida em recipientes plásticos. Mesmo naqueles ditos BPA Free! Não caia nesta mentira.
2ª dica – Observe o desgaste do plástico. Com o tempo e uso, os recipientes plásticos tendem a se desgastar, tornando-se mais rígidos e quebradiços, liberando partículas menores, diretamente nos alimentos.
3ª dica – Evite o contato do plástico com alimentos ácidos ou gordurosos. Alimentos com alto teor de acidez (como tomates) ou gordurosos (como alguns tipos de carne), podem facilitar a liberação de compostos tóxicos dos plásticos e puxar as toxinas para dentro da comida. Por exemplo, evite colocar abacaxi, limão, lasanha em recipientes plásticos.
4º dica – Evite lavar os plásticos com esponjas abrasivas, que podem danificar a superfície dos plásticos, causando microfissuras, e trazendo microplásticos para sua comida.
5ª dica – Dê sempre preferência a recipientes de vidro, pirex, cerâmica ou aço inox — Vá substituindo aos poucos e, em pouco tempo, a sua cozinha e a sua casa, estarão livres dos plásticos.
6º dica – Evite usar plásticos marcados com o selos de reciclagem números 3 ou 7, pois indicam a presença de BPA.
7º dica – Lave os recipientes plásticos à mão – evite colocar utensílios de plástico na lava-louças.
Outras dicas:
• Sempre que possível use roupas feitas de algodão, evitando as de fibras sintéticas.
• Reduza o consumo de descartáveis, como copos, canudos, pratos, talheres, sacolas e garrafas plásticas.
• Use sacolas reutilizáveis. Nunca vá ao mercado sem levar as suas sacolas para trazer as compras.
• Procure usar cosméticos sustentáveis e sem plástico na composição.
• Procure sempre utilizar produtos biodegradáveis.
• Recicle ao máximo o lixo domiciliar.
• Mantenha a casa sempre limpa para reduzir a poeira que possa conter microplásticos.
• Evite o consumo de ostras e outros frutos do mar, pois eles tem, infelizmente, muitos micro e nanoplásticos.
• Diminuia ao máximo objetos que contenham plástico em sua composição.
Mesmo que façamos a nossa parte, a poluição por microplástico vai continuar sendo um problema bastante grave. Essa nova forma de poluição afeta solos, rios, lagos e oceanos. Cada um de nós precisa fazer a sua parte. Cada embalagem de plástico que você evitar, é um passo importante para diminuir a quantidade de microplásticos no meio ambiente.
Conheça iniciativas de contenção da poluição dos oceanos
4OCEAN
www.4ocean.com
BRACELETES FEITOS DE PLÁSTICOS RETIRADOS DOS OCEANOS
O 4Ocean é um projeto de dois surfistas norte-americanos que nasceu em 2017. Alex Schulz e Andrew Cooper se inspiraram na poluição de um povoado de pescadores indonésios, para lançar essa iniciativa que, em apenas dois anos, coletou 1.930 toneladas de plásticos do oceano em 27 países e que emprega mais de 150 pessoas no mundo.
SEABIN
www.seabin.io
SISTEMA FLUTUANTE DE COLETA DE LIXO
O Seabin é um sistema flutuante de coleta de lixo, que usa uma bomba submersa para sugar a água do mar e filtrá-la através de uma bolsa de coleta. A água é então devolvida ao mar, enquanto os resíduos são retidos em uma bolsa especial para a devida reciclagem.
SUCHITA SAGARAM (Oceano Limpo)
www.nammakpsc.com/affairs/suchitwa-sagaram-sundara-teeram
PESCADORES GANHAM AO TRAZER LIXO RECOLHIDO EM SUAS REDES
No porto de pesca de Kollam, região sul de Kerala, Índia, o governo local criou o incentivo perfeito para limpar o mar de resíduos de plástico. Ao oferecer uma compensação aos pescadores locais por quaisquer resíduos de plástico que recolham nas suas redes de pesca. O plástico recolhido é então transformado em grânulos e reutilizado como aditivo no asfalto rodoviário, sendo possível economizar de 8 a 10% do custo do asfalto por quilômetro de estrada.
THE OCEAN CLEANUP
www.theoceancleanup.com
REDE QUE VARRE O OCEANO DO LIXO PLÁSTICO
O holandês Boyan Slat, de 27 anos, elaborou um sistema que garante retirar 80% do plástico dos oceanos até 2030, e cerca de 90% até 2040. O principal sistema criado por ele funciona como uma espécie de barragem móvel, que é rebocada por dois barcos, um em cada ponta da rede. Esse coletor de lixo vai se enchendo conforme os barcos avan-çam. O lixo então é levado até um centro de reciclagem em terra firme.
SEA SHEPARD BRASIL
www.seashepherd.org.br
PROJETO REDE CONTRA REDES
O projeto tem como objetivo retirar redes de pesca abandonadas do fundo do mar, também conhecidas como redes fantasmas. Estudos apontam que diariamente, cerca de 580 Kg dessas redes são descartadas no mar e podem permanecer no oceano por longos períodos, afetando a vida de aproximadamente 69 mil animais marinhos, apenas no Brasil. O trabalho é feito por mergulhadores treinados para retirar as redes que estão até 30 metros de profundidade.