A ideia de que o excesso de ácido no estômago provoca a gastrite, refluxo e a úlcera é totalmente equivocada. A gastrite é causada por uma falha na produção de um muco, criado pelo próprio estômago, para a proteção da sua parede interna.
O estômago precisa ser ácido. Isso é um fato fisiológico consumado.
A mucosa do estômago fábrica um muco espesso, parecido com o leite.
Esse muco fica revestindo toda a mucosa estomacal por dentro. Ele é chamado de muco protetor, e é fabricado pelas células da mucosa do estômago, chamadas células mucosas. A função desse muco protetor, que é altamente alcalino, é proteger a mucosa do estômago da ação poderosa do ácido clorídrico que o próprio estômago produz.
Portanto, a gastrite, o refluxo, e a úlcera, não são provocados pelo excesso de ácido clorídrico no estômago, mas pela deficiência na produção do muco protetor. Então essa história de tomar antiácido ou prazóis, é a pior coisa que podemos fazer.
Ai você pergunta: mas foi o médico que me prescreveu o prazól (!)
Acontece que os prazóis atuam apenas nos sintomas e não na causa do problema, como em todas as outras doenças de que somos acometidos.
Por trás disso está a poderosa mão da indústria farmacêutica, que faz a cabeça dos médicos desde a faculdade: aliviar os sintomas, sem se preocupar com as causas das doenças.
O estômago é a região mais ácida do nosso organismo, com um pH abaixo de 2. Toda essa acidez existe graças à secreção de ácido clorídrico (HCl) pelas células parietais, localizadas no fundo e no corpo do estômago.
As células parietais secretam o ácido através de uma estrutura chamada bomba de prótons.
Os prazóis são os Inibidores das Bombas de Prótons (IBP). Eles inibem a função das células parietais na produção do ácido clorídrico, reduzindo, assim, a produção de ácido pelo estômago em até 95%.
Vamos aqui apresentar alguns dos prazóis atualmente no mercado: Omeprazol, Pantoprazol, Lansoprazol, Tenatoprazol, Pantozol, Loprazol, Esomeprazol, Neozol, Pratiprazol, Peprazol, Neoprazol, Neprazol, Teutozol, Uniprazol, Novoprazol, Tenatoprazol, Rabeprazol e muitos outros.
Os efeitos colaterais dos Inibidores da Bomba de Próton são: azia, diarreia, náusea, tontura, dor de cabeça, mal hálito, constipação, prisão de ventre, náuseas, eructação (arrotos), flatulência (gases), dispepsia (queimação no estômago) e fadiga. Os paciente que fazem uso de prazóis por tempo prolongado, devido à crônica redução da acidez gástrica, pode facilitar a ocorrência de vários problemas. Excesso de fritura e bebidas alcoólicas também podem agravar os sintomas da gastrite
Um dos principais problemas, é o crescimento de bactérias no estômago, que habitualmente são inibidas pela ação do ácido clorídrico, como o
H. pylori, Campylobacter, Salmonela e Clostridium, dentre outras.
A falta de acidez também reduz a absorção de ferro, podendo levar à anemia, reduz a absorção de cálcio provocando a osteopenia e osteoporose, e aumentando o risco de fraturas, principalmente em idosos. O risco
de pneumonia também torna-se maior.
A absorção de vitamina B12 e do magnésio também serão reduzidas pela falta do ácido clorídrico. O pior de tudo é que os prazóis podem levar à demência.
O uso crônico dos prazóis também tem sido associado a um aumento do risco de doença renal crônica e pela progressão mais rápida das doença nos pacientes já diagnosticados.
Os inibidores da bomba de próton não devem ser usados em grávidas ou em mulheres na fase de aleitamento.
O omeprazol, pantoprazol, lansoprazol e outros IBP, podem apresentar interações medicamentosas com diversos medicamentos.
Os IBP, por outro lado, podem potencializar a ação dos seguintes fármacos: Metotrexato, Anfetaminas, Diazepam, Alprazolam, Midazolam, Carvedilol, Citalopram, Escitalopram, Ciclosporina, Tacrolimos e Varfarina.
A automedicação é um perigo porque, por aliviar a dor, muitas vezes, o omeprazol acaba mascarando problemas mais sérios, como um câncer gástrico, fazendo com que a pessoa não investigue a fundo esse problema e não receba rapidamente o seu diagnóstico.
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